Em Belo Horizonte, colecionador tem mais de 8 mil peças antigas e formará museu. [Portal VozdoCLIENTE]
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Em Belo Horizonte, colecionador tem mais de 8 mil peças antigas e formará museu. Portal UAI


A necessidade faz a perfeição: Jeferson começou montando carros antigos com sucatas porque não tinha dinheiro para comprar um novo



Quando a porta do imenso galpão localizado na região leste de Belo Horizonte se abre, a luz toma conta do lugar e os primeiros passos são dados em direção ao interior, é como se uma viagem em um túnel do tempo tivesse início. Por todos os cantos, objetos de diferentes épocas estão espalhados - e bem conservados. Veículos usados na Segunda Guerra Mundial, televisores antigos, bicicletas, radiolas e outros artigos, que ajudam a recontar a história de inventores de vários cantos do mundo, lotam o lugar. O dono desse acervo de alto valor histórico e financeiro é o restaurador Jeferson Domingues, 68 anos, que mora há 40 em Lourdes.

A coleção tem mais de oito mil peças e as primeiras, que hoje encantam os visitantes, começaram a ser reunidas na década de 1970, quando ele gostava de observar - e cobiçar - os Cadillacs e Rolls-Royce que desfilavam pelas ruas do bairro. “Como eu não tinha condição de ter um carro novo, tive a ideia de comprar a sucata e montá-lo”, conta.

O primeiro carro restaurado foi um modelo conversível, de 1948, da montadora checa Skoda. Daí em diante, mais de 20 preciosidades passaram pelas mãos do restaurador, como um Cadillac branco que foi de uso pessoal de Juscelino Kubitschek. “Quando comprei essa raridade soube que o ex-presidente abria mão dos carros oficiais que eram pretos para dar voltas neste Cadillac branco que um amigo lhe emprestava”, relembra.  Jeferson também é dono de uma jardineira bem antiga, de 1929, que era usada no transporte de passageiros entre Sorocaba e São Paulo e também na venda de galinhas e porcos. Em busca de artigos mais originais possíveis, o colecionador já foi até a Itália, Estados Unidos, Argentina e também rodou por outras cidades brasileiras procurando motores, maçanetas, parachoques e volantes.Além dos veículos, Jeferson diversificou sua coleção. Ele iniciou um acervo de antigos jukebox encontrados na zona boêmia da capital, conseguiu mais televisores e rádios antigos e até alguns móveis do Palácio de Versalhes, em Paris. “O colecionador quer peças que são inusitadas e que ninguém tem. A dificuldade de se conseguir uma televisão de 1950 me incentivou a expandir o acervo. Hoje tenho o modelo RCA Victor 1948, primeiro modelo de televisor feito no mundo,” afirma.

A paixão desse apaixonado pela história é tão grande que ele resolveu criar, em Nova Lima, o Museu de Objetos e Veículos Antigos (Mova). “Se hoje temos uma tecnologia tão avançada é graças ao esforço e dedicação de nossos antepassados. As novas gerações precisam conservar e respeitar o passado. A cultura que não tem um passado bem definido não tem um futuro de progresso”, explica Jeferson. O projeto, já foi aprovado pela Prefeitura de Nova Lima e agora só falta patrocínio para que seja executado. Se tudo der certo, a construção do museu será inciada até o final deste ano. Enquanto isso não acontece, a viagem de volta ao passado continua no antigo galpão, sem hora pra acabar. Cada objeto parece vivo, pronto para contar inúmeras histórias de seus antigos donos e dos lugares por onde passou. Jeferson tem, com certeza, ao menos um bom caso para cada um deles.



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