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Muitas horas no computador, tablet e smartphone podem causar danos à saúde Hoje em Dia


Incidência de cefaleia ligada à visão entre menores de 9 a 12 anos saltou de 1% para 30%



A tecnologia que mexe com a cabeça da garotada faz o corpo padecer, e cada vez mais cedo. Crianças pouco afeitas a dosar o tempo diante de computador, videogame, TV, smartphone e tablet são mais propensas a cefaleia, perda auditiva e dores nas costas. Limitar a exposição contínua aos equipamentos é o caminho para poupar o organismo. E não se trata de blá-blá-blá de mãe, mas de recomendação médica. 

É com o resultado de uma pesquisa em mãos que o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto relaciona o abuso da tecnologia ao aumento da incidência da dor de cabeça na infância.

Médico do Instituto Penido Burnier, em Campinas (SP), ele analisou 360 meninos e meninas de 9 a 12 anos que chegavam a ficar seis horas ininterruptas na frente da telinha, principalmente a do computador.

A superexposição, constatou, fez a ocorrência de cefaleia relacionada à visão saltar de 1% para 30%. É que tamanho esforço visual resulta numa espécie de estresse ocular.

“O limite para uma criança usar o computador deveria ser de uma hora, 1h20”, explica o oftalmologista. “Mas como os pais saem para trabalhar, esse controle não é fácil”.

Ele sugere pausas de 20 minutos a cada jornada de no máximo 80 diante do monitor. O descanso deve ser longe do equipamento e de preferência brincando à moda antiga.

Não só a grande quantidade de horas faz mal. “O posicionamento da tela, geralmente pensado para o adulto, também”, avisa o especialista. O ideal é que o micro fique sempre mais baixo que a cabeça, de modo que o ângulo entre o olhar da criança e o monitor seja de 50 graus.

Telona

A TV também não passa impunemente pela avaliação de especialistas. Mas resolver o problema, nesse caso, é bem mais fácil. Dois metros entre o telespectador mirim e o aparelho costumam ser uma distância segura, diz o oftalmologista.

O volume, porém, inspira cuidados. “Som de intensidade muito forte pode causar deficiência auditiva a médio e longo prazo”, adverte a fonoaudióloga Camila Quintino.

Ela explica que para o ouvido humano o tolerável é 70 decibéis. Acima de 85, o equivalente ao barulho de trânsito, já se fala em prejuízo, ainda mais se a exposição ao ruído for prolongada. Quatro horas é o limite.

Balizar esses valores em casa não depende de medidores próprios, mas de bom senso.

“Se o volume estiver confortável para os pais, eles devem reduzir um pouco mais para a criança”, ensina Camila, também gerente de produtos da Starkey do Brasil, fabricante de aparelhos auditivos.

Outra dica é não deixar o filho muito perto do visor e tentar colocar o aparelho em um cômodo da casa que não seja muito ruidoso, para evitar a competição com sons ao redor e o ajuste do volume.

Celulares, tablets e a sina da cabeça baixa

Telas diminutas de tablets e smartphones devem ser outra fonte de preocupação para os pais, principalmente diante do fato de que crianças cada vez mais jovens passam muito tempo com olhos e dedos a postos em joguinhos.

A posição do corpo durante o manuseio dos apetrechos eletrônicos já leva, inclusive, a garotada a ser chamada de “heads down generation” no exterior. Uma alusão ao fato de meninos e meninas estarem sempre de cabeça baixa.

Ortopedista e traumatologista da Clínica Viva Mais, Fernando Amaral da Cunha explica que a coluna em flexão, a cabeça inclinada para frente e os ombros baixos, relaxados, aumentam a pressão sobre a coluna e sobrecarregam a musculatura ao redor.

Hábito

Daí surgirem dores nas costas e até na cabeça. Com o passar do tempo, também pode haver vício de postura, ou seja, o pequeno se acostumar com a posição errada. O resultado vem na forma de dores ainda mais frequentes.

Como é difícil conseguir que alguém use o tablet na posição semelhante à de um livro, a não ser que tenha uma mesa diante de si, o médico recomenda que o manuseio do celular ou do iPad não dure mais de 20 ou 30 minutos, com descansos por igual período. Outra sugestão é alternar a posição sentada com a deitada para jogar.

Se o filhote reclamar de dor, o primeiro passo é dar OFF no aparelho. Aplicar compressa no local e fazer uma massagem com hidratante ajudam a aliviar a musculatura. Se o incômodo persistir, o ideal é procurar um médico. 



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