Quase 500 pessoas participam de ato pela saída de Eduardo Cunha em BH [Portal VozdoCLIENTE]
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Quase 500 pessoas participam de ato pela saída de Eduardo Cunha em BH Super Notícia





Ao contrário do último ato em Belo Horizonte pedindo a saída do atual presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, a manifestação deste domingo (8) transcorreu tranquilamente. O ato, que teve como mote “fora, Cunha”, acompanhou manifestações em mais oito cidades do país. 

Eram esperadas cerca de 3.000 pessoas pela organização do movimento, mas o número oficial passado pela polícia foi de 300 participantes. A reportagem de O TEMPO, no entanto, estimou cerca de 500 manifestantes pedindo a saída do presidente da Câmara. Muitos deles, que lutavam, entre outras coisas, pela regulamentação do aborto no país, eram mães com seus filhos pequenos no colo. 

“Tenho a minha filha, mas sou a favor de a mulher poder escolher fazer ou não um aborto. Sou a favor de ser mãe, não parideira. Nosso útero é uma escolha nossa”, declarou a vendedora Nathane Fernandes da Silva, 23, que estava com sua filha Helena, de 1 ano e 4 meses, no colo. “É por ela, pelo futuro dela, que eu estou aqui”, disse. 

Junto com Nathane estava também Henrique Reis, 28, seu marido e pai da pequena Helena. Ele também se posicionou contra o Projeto de Lei 5069, proposto por Cunha, que dificulta ainda mais o aborto, até nos casos de gravidez resultante de um estupro. “Nós vivemos em um Estado democrático de direito. As ações propostas por Cunha são de antes do século XIX. Não cabe mais ao Estado interferir no corpo das pessoas desta forma”, declara. 

Ele, que se diz contrário ao aborto como método contraceptivo, reconhece a necessidade de uma política pública que regulamente o procedimento. “Existem outros métodos anticoncepcionais mais baratos e até menos agressivos para a mulher. Mas há uma série de outros casos em que eu sou a favor do aborto, como quando há um estupro, por exemplo”, pondera. 

O ato foi organizado pela Frente Povo Sem Medo, grupo de militantes pela saída de Cunha do poder que reúne membros de outros movimentos sociais e sindicais. “Este ato tem como objetivo inaugurar as ações desta frente, que é apartidária e não se posiciona do lado do governo, mas também não somos da direita. Somos mais à esquerda ainda do que o atual governo”, explica Ana Carolina Maia, uma das organizadoras do movimento e membro da Frente. 

Segundo ela, o alvo do protesto foi Eduardo Cunha por ser o maior representante da direita conservadora do país. “Queremos que ele saia da presidência da Câmara não só por ele estar em evidência, ligado a um enorme escândalo de corrupção, mas também porque ele é apoiador de todas as propostas de lei mais retrógradas que temos, como a PL da terceirização, a redução da maioridade penal e o fundamentalismo religioso que quer impedir o aborto mesmo em casos de estupro”, defende. 

O grupo partiu da praça da Liberdade por volta das 11h, seguiu pelas avenidas João Pinheiro, Augusto de Lima, rua Espírito Santo e encerrou na Praça da Estação, com direito a banho na fonte do local. Toda a caminhada durou cerca de duas horas e meia.

O clima foi tranquilo durante todo o protesto. Todo o ato foi acompanhado pela Polícia Militar, que garantiu a segurança do grupo quanto ao trânsito, fechando vias para a multidão passar. Não foram registrados grandes transtornos no fluxo de veículos.



Veja a reportagem na fonte.



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