Adolescentes retidos por criminalidade conseguem vaga na categoria de base do IPATINGA [Portal VozdoCLIENTE]
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Adolescentes retidos por criminalidade conseguem vaga na categoria de base do IPATINGA Portal TV VozdoCLIENTE


Foto: Divulgação Ascom/Sesp



Da Secretaria de Segurança Pública de MG, Dayana Silva

Vários jovens almejam uma oportunidade no mundo do futebol. Este também é o sonho de infância de Pedro, Afonso e Lucas*. Os três têm em comum não só a paixão pela prática esportiva, mas também uma história de abandono escolar, após envolvimento com a criminalidade - o que os afastou do esporte. Hoje, os jovens estão tendo a oportunidade de traçar novas perspectivas de vida e construir um futuro promissor, dentro ou fora das quadras. Eles cumprem medidas de internação no Centro Socioeducativo de Ipatinga e, além de retomar os estudos na escola estadual instalada dentro da unidade, conquistaram vagas na categoria de base do Ipatinga Futebol Clube, conhecida como a “Base de Aço”.

Tudo começou em agosto deste ano quando, por meio da escola da unidade, Pedro teve a oportunidade de participar da modalidade de atletismo da Olimpíada Cultural e Esportiva de Ipatinga (Olicei) - uma competição com mais de 5.000 alunos inscritos. Durante as disputas, despertou o interesse de voltar a treinar o futebol, sua prática preferida na infância, quando jogava nos campos de terra.

Pedro pediu que a professora de educação física, Donita Dias, ajudasse a conseguir um espaço para os treinos. Com o notável entusiasmo do jovem, tanto a professora quanto a direção da unidade e demais funcionários fomentaram a iniciativa e não mediram esforços para a efetivação deste desejo. Por meio de uma parceria com o Ipatinga Futebol Clube, conseguiram mais que um espaço para que o jovem pudesse treinar. Pedro e outros dois adolescentes da unidade, Lucas e Afonso, tiveram a oportunidade de participar do processo de seleção da categoria de base e, após três semanas de avaliação, todos foram selecionados. Atualmente, os três integram uma equipe de 32 atletas, de 16 e 17 anos, que almejam uma vaga no time principal.

Donita acredita que além da realização do sonho, o esporte ajuda a trabalhar a disciplina, a persistência e a responsabilidade. “É uma oportunidade única de ressocialização. Será uma ferramenta de grande importância”, observa a professora.

O coordenador geral da Base de Aço, Welmo Moura, conta que os jovens têm apresentado comprometimento durante os treinos, que acontece três vezes na semana, e um bom convívio com todos. “Abrimos as portas para esta parceria porque nos comprometemos a formar mais que atletas. Temos como prioridade a formação social dos nossos jovens. Os garotos têm apresentado evolução no esporte e na relação com a equipe. Isto nos motiva tanto que estamos procurando apoio para ampliar o projeto”, revela.

Assim como o garotinho que brincava com a bola nos campos de terra, Pedro ainda sonha em ser jogador e diz que se empenhará ao máximo nos treinos. “Quero uma vida melhor para mim e para minha família, respeitando o próximo e me dedicando cada dia mais. Queria estar lá fora; mas estou feliz com as oportunidades que recebi aqui dentro. Acho que podem mudar minha história”, acredita.

Lucas estudava e integrava o time infantil da escolinha do bairro. Quando iniciou a vida na criminalidade, foi abandonando seus projetos de vida. “Fui perdendo o interesse por tudo e perdi meu tempo no crime. Deu para ver o prejuízo que tive na escola”, conta. No Centro Socioeducativo, ele retomou os estudos e conquistou três diplomas profissionalizantes: manutenção de computador, vendas e defesa do consumidor. Apesar de gostar do esporte, ele revela que quer ser um promissor advogado.

Na infância, Afonso dividia o mesmo campo que Lucas na escolinha do bairro. Hoje, ambos compartilham o sonho de traçar um futuro bem diferente do caminho que se envolveram. Fã de James Rodríguez (Real Madri) e Neymar Jr. (Paris Saint-Germain), eles dizem que se inspiram tanto no futebol deles, quanto na humildade, dentro e fora de campo, e na ousadia para a vida. Afonso está ansioso com a chegada do torneio da base que acontecerá em dezembro. “Quero abraçar esta oportunidade. Nós fomos bem recebidos pelo grupo e recebemos apoio de toda a equipe do Centro Socioeducativo, tanto dos professores, quanto dos agentes e da direção”, diz.

A diretora de atendimento, Fernanda Feliciano, conta que a direção trabalha para buscar cada vez mais parcerias para o processo de ressocialização dos jovens que cumprem medida no Centro Socioeducativo de Ipatinga. “Eles precisam de oportunidades para novas trajetórias e trabalhamos para isto”, afirma.

* Os nomes são fictícios para preservar os adolescentes, conforme indicação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)



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